terça-feira

Hits de Rádio desde 1900 - Radio Hits from 1900


Hits de Rádio desde 1900
Radio Hits from 1900


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sexta-feira

"O Silêncio das Sereias", de Franz Kafka


Segundo a lenda, a única forma de derrotar uma sereia ao cantar, seria cantar melhor do que ela.

Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte, no conto "O silêncio das sereias":

“As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que o seu canto: o seu silêncio.”

Excerto de “O Silêncio das Sereias”:

O Silêncio das Sereias
“Para se proteger das sereias, Ulisses entupiu os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao mastro. Naturalmente que qualquer viajante que por ali passara até então poderia ter feito algo semelhante, excepto aqueles que as sereias atraíam já à distância. Contudo, é bem sabido no mundo inteiro que estes expedientes não ajudam em nada. O canto das sereias atravessa tudo e a paixão dos seduzidos é capaz de vencer obstáculos bem mais fortes do que correntes e mastros. Mas Ulisses não pensou em nada disso. Confiou então completamente num punhado de cera e num molho de correntes e, depositando no seu pequeno estratagema uma alegria inocente, navegou ao encontro das sereias. Só que agora, as sereias têm ainda uma arma mais aterradora do que o canto, e esta é o silêncio. Nunca aconteceu, mas é concebível que alguém conseguisse salvar-se do canto das sereias, mas certamente que não do silêncio. (…) E, de facto, quando Ulisses chegou, as poderosas cantoras não cantaram, seja porque acharam que este homem só podia ser vencido pelo silêncio, seja porque a expressão de felicidade no rosto de Ulisses, que não pensava em nada senão na cera e nas correntes, as fez esquecer o canto. Ulisses, contudo, não lhes ouviu, por assim dizer, o silêncio. Julgou que elas cantavam e que ele era o único que não as escutava. (…) Já não queriam seduzir, queriam apenas guardar “o máximo que pudessem do brilho irradiado pelos grandes olhos de Ulisses.”





quinta-feira

"Pedra Filosofal", interpretação de Manuel Freire






Pedra Filosofal
António Gedeão

Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer

Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos

Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul

Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Em perpétuo movimento

Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista

Mapa do mundo distante
Rosa-dos-ventos, infante
Caravela quinhentista
Que é Cabo da Boa Esperança

 Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Colombina e Arlequim

Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora

Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar

Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança




sábado

"Et Maintenant", interpretação de Gilbert Bécaud





Et maintenant, que vais-je faire?
De tout ce temps que sera ma vie
De tous ces gens qui m'indiffèrent
Maintenant que tu es partie


Toutes ces nuits, pourquoi, pour qui?
Et ce matin qui revient pour rien
Ce coeur qui bat, pour qui, pourquoi?
Qui bat trop fort, trop fort


Et maintenant que vais-je faire?
Vers quel néant glissera ma vie?
Tu m'as laissé la terre entière
Mais la terre sans toi c'est petit


Vous mes amis soyez gentils
Vous savez bien que l'on n'y peut rien
Même Paris crève d'ennui
Toutes ces rues me tuent

Et maintenant que vais-je faire
Je vais en rire pour ne plus pleurer
Je vais brûler des nuits entières
Au matin je te haïrai

Et puis un soir dans mon miroir
Je verrai bien la fin du chemin
Pas une fleur et pas de pleurs
Au moment de l'adieu

Je n'ai vraiment plus rien à faire
Je n'ai vraiment plus rien

(Autor: P. Delanoe)