João Villaret (10 Maio, 1913 - 21 Janeiro,
1961)
Biografia
João Henrique Villaret nasceu em
Lisboa a 10 de Maio de 1913. Os seus dotes teatrais revelaram-se muito cedo e,
após terminar o liceu, fez o curso de teatro no Conservatório Nacional.
A sua
carreira profissional abarcou a representação interpretativa em peças de teatro
clássico e no teatro de revista, onde por diversas vezes participou na autoria
dos textos. João Villaret fez várias aparições das telas do grande ecrã e
destacou-se como declamador de poesia, faceta que na década de 1950 o tornou
muito conhecido do grande público, através de programas da rádio (passou pelo
elenco dos Comediantes de Lisboa) e, em particular, de um programa na RTP, onde
divulgava os grandes dos Comediantes de Lisboa) e, em particular, de um
programa na RTP, onde divulgava os grandes 1950 o tornou muito conhecido do
grande público, através de programas da rádio (passou pelo elenco dos
Comediantes de Lisboa) e, em particular, de um programa na RTP, onde divulgava
os grandes autores da poesia nacional.
Terminado
o Conservatório João Villaret integra o elenco do Teatro Nacional, na companhia
Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro, onde se mantém entre 1931 e 1944, e
estreia-se na peça Leonor Teles, de autoria de Marcelino Mesquita,
onde contracena com Palmira Bastos Raul de Carvalho e António Pinheiro (Reis:
284).
O teatro
de revista foi também palco de exibição das suas qualidades, como bem refere
Luiz Francisco Rebello, João Villaret foi “animador de todas as revistas
levadas à cena no Nacional entre 1937 e 1942, e autor e co-autor de algumas
delas”, como são os casos de “A nossa revista”, em parceria com Maria
Clementina, ou “Diz-se por Música” em co-autoria com Lucien Donnat, até aceder
a participar na peça O Jogo da Laranjinha, em 1941, encenada por
Rosa Mateus. No ano seguinte, o elenco da peça Belezas de Hortaliça,
onde se evidenciou na interpretação do tema “C’est mon homme” onde, numa alusão
dissimulada a Salazar, piscava o olho ao público e cantava: “Aquele a quem dou
tudo, tudo a sorrir/ C’est mon homme / e a quem dou la chemise se ele um dia ma
pedir, / C’est mon homme (…) ” (Rebello: 122, 126 e 158).
João
Villaret marcou também presença como actor de cinema. Estreou-se em 1937 no
filme Bocage, realizado por Leitão de Barros. Seguiram-se aparições
em diversas películas, algumas das quais realizadas por António Lopes
Ribeiro: O Pai Tirano (1941), Frei Luís de Sousa
(1950), O Primo Basílio (1959); e por Leitão de Barros: Inês
de Castro (1945) e Camões (1946).
São
inúmeras as suas representações de carácter excepcional nos diversos palcos do
teatro português, até à sua última apresentação na revista “Champanhe Saloio”,
em 1959. Mas a história do fado não esquece a sua magnífica interpretação do tema
“Fado Falado”, na revista Tá Bem Ou Não ‘Tá, no Teatro Avenida, em
1947. João Villaret tornou o “Fado Falado” de autoria de Aníbal Nazaré e Nelson
Barros, numa interpretação icónica, dando força às palavras pelo seu estilo
declamatório único, trazendo para o palco do teatro de revista, com a sua
presença, “uma ironia cosmopolita, um bom gosto dramático, um nível literário,
que impôs e intransigentemente soube manter” (Vítor Pavão dos santos citado por
Rebello: 158).
A sua
faceta de declamador está registada em edições gravadas onde podemos escutar,
para além do referido “Fado Falado”, temas de grandes poetas portugueses como
José Régio (“A procissão”), ou Fernando pessoa (“O menino de sua Mãe”), entre
muitos outros, que nos permitem reviver o dramatismo e alma com que João
Villaret se empenhou em dar a conhecer as grandes obras de autores portugueses.
Selecção
de fontes de informação:
Rebello,
Luiz Francisco (1984), “História do Teatro de Revista em Portugal”, Vol.2,
Lisboa: Publicações Dom Quixote.
Reis, Luciano
(2011), “O Grande Livro do Espectáculo: Personalidades Artísticas Séc. XX”, 3º
Volume, Lisboa: Fonte da Palavra.
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A Vida
Cruzou Por Mim, Veio Ter Comigo
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Abismo
Vem, Noite Antiquíssima e Idêntica
Numa Rua da Baixa
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D. João VI e a Mulata
Da Hora Absurda
Epígrafe e Soneto
Essa Nêga Fulo
Meditação do Duque de Gandia
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Amor É Fogo Que Arde Sem Se Ver
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O Poeta É Um Fingidor
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