quinta-feira









“…Tudo isto é triste,
tudo isto é fado…”



Fado Falado
 

                        
Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar

Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciúme e morte
E um coração a bater forte

Uma história bem singela

Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde

Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama

Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:

Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar

Mas um dia,
Mas um dia santo Deus, ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele

E o ciúme chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua

Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
e entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar

E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir

Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.







Amália Rodrigues

“...entrei na vida a cantar...”






 Amália





A Chave Da Minha Porta

 


À Janela Do Meu Peito



A Minha Terra É Viana



A Mulher Que Já Foi Tua



A Tendinha



Abana A Casaca



Ai, Minha Doce Loucura



Abandono



Abril (País De Abril)



Acho Inúteis As Palavras



Água E Mel



Ah, Quisesse Deus



Ai As Gentes, Ai A Vida




Ai Chico Chico




Ai, Ai Meu Irmão




 Ai Lisboa




Ai Mouraria



 Ai Esta Pena De Mim




Ai, Maria



Alamares



Alecrim



 Alfama



Alma Minha



Amantes Separados



Amêndoa Amarga



 Amor Dammi Quel Fazzolettino



Amor De Mel, Amor De Fel



Amor Sem Casa



Amor Sou Tua



Anda O Sol Na Minha Rua



Andorinha



 Anjo Inútil



Antigamente



Ao Poeta Perguntei



Apanhar O Trevo



 April In Portugal



Aquela Rua



 Aranjuez, Mon Amour



 Arremángate



As Facas



As Mãos Que Trago



As Meninas Da Terceira



As Penas



As Rosas Do Meu Caminho



Asa Do Vento



Asas Fechadas



Au Bord Du Tage



Avé Maria Fadista



Aves Agoirentas


  
Ay Che Negra



Ay! Mourir Pour Toi



Bailarico Saloio



Bailaricos



Bailinho Da Madeira



Balada Do Sino



Barco Negro



Barro Divino

  

Boa Nova




Cabeça De Vento



Cais De Outrora



Caldeirada



Campinos Do Ribatejo



Cana Verde Do Mar



C'est Bien Vrai



Canção Das Lágrimas



Canção Do Mar



Cansaço




Cantei O Fado




Cantiga Da Boa Gente




Cantiga De Amigo




Canto Delle Lavandaie Del Vomero



Canzone Per Te



Caracóis



Carmencita



Carta A Um Irmão Brasileiro



Casa Da Mariquinhas (Vou Dar De Beber À Dor)



Casa Portuguesa



Céu Da Minha Rua



Cheira A Lisboa



Chic, Chic



Chora Mariquinhas, Chora



Ciuri, Ciuri



Coimbra



Com Que Voz



Confesso - 1951



Confesso - 1956



Confesso - 1982



Conta Errada



Contigo Fica O Engano



Coração Independente



Cordas Rezam




Corria Atrás Das Cantigas (Mouraria)



Covilhã Cidade Neve




Cravos De Papel




Cuidado, Coração




Cuidei Que Tinha Morrido




Dar De Beber Al Dolor




Dá-me O Braço, Anda Daí




Dá-me Um Beijo (És Tudo Para Mim)



Dicitencello Vuje




Disse Mal De Ti

    


Disse-te Adeus E Morri

  


Doce Cascabeles

    
  

Doce Loucura    
      
                                                              


Dolores, La Petenera (No Llamarme Petenera)

        1.  


                                                              Don Solidon




                                                              Don Triquitraque


                                                                 

                                                               De Onde Vens, Ó Minha Alma?

                                                                

                                           
                                             Dona Pata

                                                                


                                                             Duas Luzes

                                                                 

                                         
                                                               Dura Memória

                                                                  

                                                                                      
                                                             É Da Torre Mais Alta 

                                                                

                                            
                                                                  É Noite Na Mouraria (Nostalgia)

                                                                

                                           
                                                           É Ou Não É

                                                              

                          
                                               É Pecado



El Negro Zumbón



El Porompompero




Em A
ranjuez Com Teu Amor



Entrega




Entrei Na Vida A Cantar




  Erros Meus




Espelho Quebrado




Esquina De Ver O Mar



Esquina Do Pecado




Estranha Forma De Vida (1965)



Eu Disse Adeus



Eu Queria Cantar-te Um Fado



Fado Da Bica



  Fadinho Da Tia Maria Benta



Fadinho Serrano



Fadista Louco



Fado Alfacinha



Fado Corrido



Fado Da Adiça



Fado Da Bica



Fado Da Saudade



Fado Das Tamanquinhas



Fado Do Ciúme



  Fado Do Silêncio



Fado Dos Fados



Fado Eugénia Camara



Fado Final



Fado Hilário



Fado Lisboeta



Fado Malhoa



Fado Marujo (Marujo Português)



Fado Menor (1955)



Fado Meu


   
Fado Nocturno



Fado Português



Fado Xuxu (Fado Carioca)



Fallaste Corazón



Falsa Baiana



Faz-me Pena



Flor De Lua



Flor Do Verde Pinho



Foi Deus



Foi Ontem



Formiga Bossa Nova



Fria Claridade



Fui À Fonte Minha Mãe



Fui Ao Baile



Fui Ao Mar Buscar Sardinhas



Gaivota



Gondarém



Gorrioncillo Pecho Amarillo



Gostava De Ser Quem Era



Gosto Da Minha Casinha



Grândola, Vila Morena



Gritenme Piedras Del Campo



  Grito



Grão De Arroz



Guitarra Triste



Há Festa Na Mouraria



Havemos De Ir A Viana



  Hi Lili Hi Lo



Hortelã Mourisca



Il Cuore Rosso Di Maria



Il Mare É Amico Mio



Inch'Allah



Interior Triste



Ironia



Je T'ai Donné Une Rose (Nous Irons À Viana)



Job



Júlia Florista



L'Automne De Notre Amour



L'Important C'Est La Rose



La Bella Gigogin



La Cama De Piedra



La Casa in Via Del Campo



La Femme Du Berger



La La La



La Luna Y El Toro



La Maison Sur Le Port



La Mer Est Mon Amie



Lá Na Minha Aldeia



Lá Porque Tens Cinco Pedras



La Tarantella



La Tramontana



Lá Vai Lisboa



Lá Vai Serpa, Lá Vai Moura



Lá Vão As Flores



Lago



Lágrima



Lar Português



Lavava No Rio, Lavava



La Vie En Rose



La Ville S'Éveille



Lá Vai Serpa, Lá Vai Moura



Lianor



Lírio Roxo



Libertação



Lisboa À Noite



Lisboa Antiga



Lisboa Dos Manjericos



Lisboa Dos Milagres



Lisboa Em Festa



Lisboa Não Sejas Francesa



Lisboa Noiva Do Fado



Longe Daqui



Lo Tiramole



Los Piconeros



Lua, Luar



Maçadeiras (Coro Das Maçadeiras)



Madragoa



Madrugada De Alfama



Mal Aventurado



Malhão De Águeda



Malhão De Cinfães



Malhão De São Simão



Malhão Das Pulgas



Malhão Malhão




Malmequer



Malmequer Pequenino



Mané Chiné



Marcha Da Graça




Marcha Da Mouraria




Marcha De Alfama



Marcha De Benfica



Marcha de São Vicente



Marcha Do Centenário



Maremma Amara



Maria Da Cruz



Maria Lisboa



Maria Rita, Cara Bonita



Martírios



Marujo Português (Fado Marujo)



Medo



Meia-Noite E Uma Guitarra




Menina Lisboa


 

Meu Amor É Marinheiro



Meu Limão De Amargura



Meu Nome Sabe-Me A Areia



Mi Carro



Minha Boca Não Se Atreve



Minha Canção É Saudade



Minha Mãe Me Deu Um Lenço



Mio Amor, Mio Amor



Morrinha


Na Rua Do Silêncio


Não Digas Mal Dele

Não É Desgraça Ser Pobre

Não É Tarde

Não Peças Demais À Vida

Não Quero Amar

Não Sei Porque Te Foste Embora

Não Sei Quem És

Nasçam Os Amores

Nasci Para Ser Ignorante


Natal Dos Simples

Naufrágio

Neblina

Nega Maluca
 

Nem Às Paredes Confesso

No Me Quieras Tanto


Noite De Santo António

Nome Da Rua

Nós Atrás Das Moças

Nós As Meninhas

  Novo Fado Da Severa (Rua Do Capelão)

O Fado Chora-Se Bem

O Timpanas

Ó Ai Ó Linda

Ó Careca

O Carapau E A Sardinha

O Cochicho

O Fado Chora-se Bem

O Fado De Cada Um

O Fado Veio A Paris

O Meu É Teu

O Meu Primeiro Amor

O Mundo Não Era Nada

O Namorico Da Rita

O Nosso Povo

O Pezinho

O Timpanas


Ó Pinheiro Meu Irmão

O Rapaz Da Camisola Verde

O Senhor Extraterrestre

Obsessão

Oiça Lá, Ó Senhor Vinho

Ojos Verdes

Olha a Ribeirinha

Olhos Fechados

  Oliveirinha Da Serra

Os Meus Olhos São Dois Círios

Padre Zé

Pañuelo Verde

Paris S'Éveille La Nuit

Partindo-se

Passarinho

Passei Por Você

Pedro Gaiteiro

Perdição

Perdigão

Perseguição

Porompompero

Por Un Amor

Povo Que Lavas No Rio (Fado Vitória)

Prece

Primavera

Procura

 Quand Les Filles Vont Au Bal

Quando A Noite Vem

Quando Eu Era Pequenina


Quando Os Outros Te Batem, Beijo-te Eu



Que Deus Me Perdoe - 1951



Que Deus Me Perdoe - 1982



Que Fazes Aí Lisboa



Raízes



Rapariga Tola, Tola



Rasga O Passado



Romance



Rondel Ao Alentejo



Rosa Branca Ao Peito




Rosa Vermelha



Rosinha Da Serra D'Arga




Rua Sombria




Sangue Toureiro



Sant'Antonio Allu Desertu



Sardinheiras



Se Deixas De Ser Quem És



Sei Finalmente




Sempre E Sempre Amor




Senhora Do Livramento



Sete Anos De Pastor




Soledad




Sombra



Sora Menica



Summertime



Sur Un Air De Guitare 



Tani



Tareco Tenho




Tentação




The Whispering Serenade



Tiro Liro Liro



Todos Me Querem




Trepa No Coqueiro




Triste




Troca De Olhares




Trovisqueira



Tu Pañuelo Verde




Um Fado




Uma Casa Portuguesa




Valentim



Vamos Os Dois Para A Farra






Verde, verde



Verdes Anos




Vi O Menino Jesus




Vira De Sesimbra



Vitti'na Crossa




Viuvinha




Zanguei-me Com O Meu Amor



Zé Soldado, Soldadinho

Sem comentários:

Enviar um comentário